PROJETO DE SALA DE AULA
TEMA: Horta na escola
TÍTULO
DO PROJETO: Hortaliças, alimento indispensável na merenda
escolar.
PROFESSORA:
Isabel
Noberto Araújo
ESCOLA: Sarah
Kubitschek
SUJEITOS
ENVOLVIDOS NO PROCESSO: Supervisor, Diretor, Professores e
alunos.
Disciplinas: Português,
Matemática, História, Geografia e Ciências
PERÍODO DE REALIZAÇÃO: 75 dias.
1. JUSTIFICATIVA:
Um número crescente de
educadores tem refletido e muitas vezes buscado cumprir o importante papel de
desenvolver o comprometimento das crianças com o cuidado do ambiente escolar:
cuidado do espaço externo e interno da sala ou da escola, cuidado das relações
humanas que traduzem respeito e carinho consigo mesmo, com o outro e com o
mundo. A reflexão sobre o ambiente que nos cerca e o repensar de
responsabilidades e atitudes de cada um de nós, gera processos educativos
ricos, contextualizados, significativos para cada um dos grupos envolvidos.
Neste contexto, o cultivo de
hortas escolares pode ser um valioso instrumento educativo.
O contato com a
terra no preparo dos canteiros e a descoberta de inúmeras formas de vida que
ali existem e convive, o encanto com as sementes que brotam como mágica, a
prática diária do cuidado – regar, transplantar, tirar matinhos, espantar
formigas com o uso da borra de café ou plantio de coentro, o exercício da
paciência e perseverança até que a natureza nos brinde com a transformação de
pequenas sementes em verduras e legumes viçosos e coloridos. Estas vivências
podem transformar pequenos espaços da escola em cantos de muito encanto e aprendizado
para todas as idades.
Hortas escolares são
instrumentos que, dependendo do encaminhamento dado pelo educador, podem
abordar diferentes conteúdos curriculares de forma significativa e
contextualizada e promover vivências que resgatam valores. Valores tão bem
traduzidos no livro Boniteza de um Sonho, do professor Moacir Gadotti : “Um
pequeno jardim, uma horta, um pedaço de terra, é um microcosmos de todo o mundo
natural. Nele encontramos formas de vida, recursos de vida, processos de vida.
A partir dele podemos reconceitualizar nosso currículo escolar. Ao construí-lo
e cultivá-lo podemos aprender muitas coisas. As crianças o encaram como fonte
de tantos mistérios! Ele nos ensina os valores da emocionalidade com a Terra: a
vida, a morte, a sobrevivência, os valores da paciência, da perseverança, da
criatividade, da adaptação, da transformação, da renovação”.
2. INTRODUÇÃO:
As atividades ligadas ao uso do
solo tais como revolver a terra, plantar, arrancar mato, podar, regar não só
constituem ótimo exercício físico como representam uma forma de aprendizado
saudável e criativo, tal qual o contato com as coisas da natureza. Este projeto
procura apresentar atividades que despertem o interesse do aluno no cuidado com
o ambiente. Além de complementar a merenda escolar e a alimentação de algumas
famílias, o Projeto Horta pode ser um verdadeiro laboratório ao ar livre para
as aulas de Química, Física, Biologia e Matemática. Os alunos aprendem, na
prática, temas como nutrientes do solo, luminosidade, temperatura,
fotossíntese, desenvolvimento de plantas, a vida dos insetos e medidas de
áreas.
Essas experiências ao vivo
despertam o interesse pelas aulas. Os estudantes pesquisam e debatem mais os
assuntos melhorando assim o aprendizado. Neste projeto, as pessoas devem atuar
sempre com muita responsabilidade e compromisso.
Os alunos devem estar presentes
na maioria das etapas e atividades desenvolvidas na horta, tais como: seleção
das espécies a serem cultivadas, plantio, cuidados com a horta e colheita. Os
professores devem auxiliar os alunos no desenvolvimento e manutenção da horta e
na supervisão dos trabalhos. Podem também elaborar estratégias que permitam
trabalhar os conteúdos numa visão interdisciplinar.
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral:
Sensibilizar e conscientizar as
crianças de que a vida depende do ambiente e o ambiente depende de cada cidadão
deste planeta.
3.2 Objetivos
Específicos:
* Despertar o
interesse das crianças para o cultivo de horta e conhecimento do processo de
germinação;
* Dar oportunidade
aos alunos de aprender a cultivar plantas utilizadas como alimentos;
* Conscientizar da
importância de estar saboreando um alimento saudável e nutritivo;
* Degustação do
alimento semeado, cultivado e colhido;
* Criar, na escola,
uma área verde produtiva pela qual, todos se sintam responsáveis;
* Estimular os
alunos a construírem seu próprio conhecimento no contexto interdisciplinar;
* Contextualizar os
conteúdos aos problemas da vida urbana;
* Construir a noção
de que o equilíbrio do ambiente é fundamental para a sustentação da vida em
nosso planeta.
4. PROCEDIMENTOS
METODOLOGICOS:
A metodologia e diretrizes a
serem adotadas permitirão o envolvimento de alunos, e professores da Escola
Municipal, Sarah Kubitschek e a comunidade do bairro num trabalho
multidisciplinar em que todos os envolvidos se comprometerão em realizar os
objetivos propostos. Para o cumprimento das atividades serão realizadas
oficinas, cursos, palestras, vídeos educativos. A Escola será responsável pela
Assistência técnica através da casa da agricultura na elaboração de cartilhas
instrutivas ensinando como plantar hortaliças, manejo com as culturas, época de
plantio, valor nutricional, etc. A escola devera disponibilizar área para a
elaboração da horta, incentivar a participação de alunos, professores,
materiais para a realização da horta como sementes, adubos e mão-de-obra. Serão
realizadas auto avaliações constantes do projeto, através de relatórios,
debates, encontros, a fim de dar continuidade aos trabalhos com seriedade,
sendo que os alunos serão acompanhados por professores que darão todo o suporte
para o desempenho das atividades.
5. ATIVIDADES A
SEREM DESENVOLVIDAS
1ª etapa:
* Visitação à
horta: reconhecimento do espaço em que será feito o plantio. Nesta etapa, os
professores devem aproveitar para conversar com os alunos, abordando questões
como o que é uma horta, para que serve e o que podemos plantar nela.
* Exploração do
espaço da horta, mostrando suas partes e os instrumentos que serão utilizados
para a semeadura. Cada turma conhece seu espaço no canteiro e aprende como
manusear, com segurança, o ancinho, a pá, o regador e a sementeira.
* Um quadro
informativo, fixado na horta, sempre trazendo novidades sobre Ecologia, plantio
ou outro assunto que seja referente ao trabalho é interessante.
• Preparação da terra:
* Depois de uma
aula sobre plantio, os alunos começam a preparar a terra afofando-a,
desmanchando os torrões que se formam e molhando-a.
2ª etapa:
* Apresentação da
couve aos alunos.
* Aula instrutiva
em que os professores explicam às crianças as características e o valor
nutricional da couve e para que servem as vitaminas que estão contidas nela.
* Experimentação da
verdura Hora de conhecer o gosto da couve.
3ª etapa:
* Plantio da couve.
* Os alunos deverão
ser "apresentados" à semente que será plantada. Em seguida, fazem as
covas para colocação da semente. Depois da plantação, os professores devem
combinar com a turma o espaço de tempo em que será feita a rega e a limpeza dos
canteiros.
4ª etapa:
* Acompanhamento da
plantação.
* Durante a época
de crescimento da plantação, podem ser criadas atividades relacionadas à horta,
como, por exemplo, visita ao minhocário, observação do crescimento da semente,
limpeza e rega dos canteiros. Também podem ser desenvolvidos trabalhos ligados
ao tema "natureza".
5ª etapa:
* Colheita: No
final do semestre, os alunos fazem à colheita do que foi plantado.
* Experimentação:
* A fase final do
projeto deve ser encarada como uma festa onde todas as turmas se reúnem para
comer a couve que plantaram em diversas receitas. Podem ser cultivados alface,
tomate, cebolinha e coentro seguindo sempre a mesma linha de atividades.
Trabalhando com tomates, por exemplo, pode-se preparar o “Festival do Tomate”,
onde os alunos, depois da colheita, pesquisam com seus responsáveis várias
receitas em que o tomate é o ingrediente principal e em um segundo momento seja
preparado os pratos na escola chamando os responsáveis para um grande almoço.
O professor deve
designar tarefas para as crianças durante o trabalho na horta, criando
estratégias de ensino para as disciplinas curriculares, como exemplifico a seguir:
História /
Geografia:
* Pesquisar, pela
região, quais os tipos de plantações são cultivadas; para que fins são
destinados (subsistência e/ou comercialização); se são rentáveis; por que não
mudar; por que mantê-las etc.
* Montar um mural,
com recorte e colagem de gravuras de jornais e revistas, sobre alimentos
vegetais, minerais e animais de comunidades diferentes.
* Pesquisar na
comunidade a existência de pessoas que saibam algumas receitas de pratos
típicos com hortaliças para serem ensinadas na escola e aproveitadas pelas
crianças (inclusive cascas e sementes).
* Fazer a planta do
local onde mora para a observação e sugestões de locais mais apropriados para
os canteiros.
Matemática:
* Comparar as
dimensões dos canteiros (maior/menor, mais alto/mais baixo), suas dimensões
lineares, figuras geométricas etc.
* Observar a
profundidade e a distância entre as covas, comparar quantidade, números pares e
ímpares na colocação das sementes etc.
* Observar e
estudar, durante a colheita, tamanho, forma, quantidade e tipos de folhas,
talos e raízes etc.
* Diferenciar nas
receitas os diferentes tipos de unidades dos ingredientes, pesos, medidas etc.
* Trabalhar
conceitos matemáticos relacionados ao espaço da horta como área e perímetro. Na
semeadura contagem de sementes e medida dos sulcos ou covas. Explore o
reconhecimento de formas geométricas e o uso dos sistemas de medida.
Ciências:
* Situar o
desenvolvimento da planta no tempo, desde sua germinação até a colheita.
* Observar a
incidência (posição) do Sol sobre a horta, durante os períodos da manhã e da
tarde, para posterior comparação com outros meses do ano.
* Contrastar o
clima durante as estações do ano.
* Diferenciar os
diversos tipos de solo e suas matérias orgânicas;
* Exposição de
trabalhos sobre a semente, o desenvolvimento das plantas, os animais da horta.
* Trabalhos sobre a
produção de transgênicos e orgânicos no município e no estado.
* Palestras, vídeos
sobre alimentação saudável.
* A importância dos
alimentos; tempo de germinação das plantas; técnicas de plantio e preparação do
solo.
* Reconhecer a
importância da cadeia ecológica etc.
Português:
* Escrever frases
sobre a importância das hortaliças, sua utilidade, suas propriedades etc.
* Escolher aquelas
que mais lhe agradam ao paladar e narrar de que maneira mais gostam de
comê-las.
* Trazer de casa
diversas receitas com hortaliças (pesquisa).
* Criar histórias e
personagens com as hortaliças.
* Construir um
final para a história iniciada pela professora, usando a horta, hortaliças,
vitaminas, sais minerais e concluir com um título etc.
* Semanalmente as
crianças podem fazer individualmente o registro pôr meio de desenho ou escrita
do estágio do desenvolvimento que a planta se encontra. O montante de registro
de cada criança comporá uma sequência com todo o processo de desenvolvimento do
trabalho que culminará com a colheita e preparo do alimento para que todos
comam.
* Produções
textuais, histórias em quadrinho, poesias e músicas sobre as minhocas.
* Produção de
livros com as receitas que foram degustadas no desenvolver do projeto.
E ainda...
* Se o cultivo da
horta for feito com as mãos, estimulará a capacidade motora dos alunos.
* Explore também a
percepção da textura do solo, cheiro e umidade.
* Elaboração de
cartaz com todo processo em andamento.
6. MÍDIAS, TECNOLOGIAS E ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS.
• Aulas expositivas
• Acervos (livros, revistas, jornais,
etc.)
• Construção de cartazes e murais
• Material didático pedagógico
• Leitura de textos informativos
• Discussões e debates
• CD, DVD, etc.
• Data show (Slides)
• Micro system
• TICs para pesquisar textos,
analisá-los de acordo com os mecanismos de estruturação textual e produzir outros
textos em multimídia.
• Blogs, videoconferências pela internet
e outros recursos tecnológicos em sala de aula para divulgar a análise dos
textos e realizar as tarefas coletivas.
• Livros, papel cartolina, pincel,
folhetos e etc.
• O computador para editar e revisar
textos.
• Sementes e adubos
• Ferramentas
7. CONCLUSÃO
A horta durante seu processo de
implantação mobilizou pais, alunos e funcionários, possibilitando a aquisição
de novos conhecimentos, onde todos através da pesquisa e prática puderam
exercer uma atividade dinâmica, que favoreceu o ensino de ecologia,
incentivando a pesquisa e discussão de temas como: cadeia alimentar, ciclos da
matéria, decomposição, fluxo de energia, entre outros, além de garantir a
interação entre outras disciplinas, estabelecendo a discutida
interdisciplinaridade que ao somar os conhecimentos abriu caminhos para o
desenvolvimento da aprendizagem.
Essa atividade também
contribuiu para a valorização das experiências e saberes comuns aos alunos e as
comunidades em questão, possibilitando o exercício da cidadania, através da
inclusão social em um espaço que deveria ser compreendido como de todos.
A distribuição de
responsabilidades referente à implantação e manutenção da horta contribuiu para
o resgate e valorização de uma atividade depreciada por ambas as comunidades,
que procuraram analisar através dos conhecimentos adquiridos a importância
desse espaço como um campo de estudo vivo, onde a interação homem/meio ambiente
se realizou, sendo este homem capaz de compreender sua ligação na teia de
interações com os demais seres vivos.
Essa proposta de trabalho
enriqueceu a exposição dos conteúdos de ecologia, além de contribuir de forma
positiva para o fortalecimento e manutenção das relações professor/ aluno,
escola/comunidade e homem/meio ambiente, tornando nesse sentido a escola um
espaço democrático, comprometida com o resgate e construção de valores
fundamentais para a conquista do cidadão participativo.
8. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS:
• BRANDÃO, C.I.; BRANDÃO, R.F.
Alimentação Alternativa, Centro de Pastoral Popular. Editora Redentorista.
Brasília. 1996.
• DUTRA-DE-OLIVEIRA, J.E; CUNHA, S.F. C;
MARCHINI, J.S. A Desnutrição dos Pobres e dos Ricos: Dados sobre a alimentação
no Brasil. Editora Sarvier. São Paulo. Brasil. 1996.
• DUTRA-DE-OLIVEIRA, J. E; MARCHINI, J.S.
Ciências Nutricionais. Editora Sarvier. São Paulo. Brasil. 1998.
• LUZ, V.P. Técnicas Agrícolas. 9ª
edição. Volume1. Editora Ática. 1998. Ministério da Saúde, Alimentos regionais,
Versão preliminar, Brasília, 2000.
• NOBREGA, F.I. Distúrbios da nutrição.
Editora Revinter. Rio de janeiro. 1998.
• SILVA, R.C. S; SANTOS, T. Alimentação
escolar no Estado do Rio de Janeiro. Anais do XV Congresso brasileiro de
Nutrição. Brasília, 1998.
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